O Ataque aos Milionários

Resumen del libro

Os sindicalistas que assumiram o controlo do Banco Espírito Santo deixaram o momento registado no livro de honra da instituiç o com letras maiúsculas: AQUI ACABOU O DOMÍNIO DOS CRIMINOSOS MONOPOLISTAS, INIMIGOS DO POVO E DA REVOLUÇ O - 11/3/75 ÀS 14 HORAS .

Estava prestes a entrar em acç o o tenente Rosário Dias, assessor económico do primeiro-ministro. Tenho informaç es de que neste momento os administradores do Banco Espírito Santo est o reunidos e vou lá prendê-los , anunciou. Começou assim a vaga de pris es que atingiu as famílias Espírito Santo, Mello e Champalimaud, transformadas em alvos do poder revolucionário por terem apoiado o Estado Novo e por terem enriquecido com o regime. Foi criado no país um ambiente generalizado de ódio aos ricos. Álvaro Cunhal, líder do PCP, admitiu na altura: Tem que se fazer contra alguém uma revoluç o ( ) Se é para pôr outra vez os patr es à frente das empresas, nós dizemos n o. Queremos que n o haja uma recuperaç o pelos Champalimaud e pelos Mello . O objectivo foi atingido: as nacionalizaç es começaram a ser discretamente preparadas nos bastidores muito antes de terem sido oficialmente decretadas; e o gabinete de Vasco Gonçalves elaborou uma lista com 305 nomes de altos quadros dos bancos que n o podiam sair do país e ficaram com as contas bancárias sob vigilância. A Revoluç o de 1974/1975 é uma das páginas mais fascinantes da História contemporânea de Portugal: permitiu pôr fim à ditadura, à repress o da polícia política e à censura. Mas teve um lado controverso de excessos e perseguiç es. Com base em três dezenas de entrevistas e em documentos, na maioria inéditos, conservados numa dezena de arquivos, o jornalista Pedro Jorge Castro reconstitui neste livro a forma como as famílias mais ricas viveram a Revoluç o que há 40 anos sacudiu Portugal.