Editorial Assírio & Alvim
Colección Obra essencial de Fernando Pessoa, Número 7
Fecha de edición julio 2007
Idioma portugués
EAN 9789723711271
479 páginas
Libro
encuadernado en tapa dura
Dimensiones 16 mm x 24 mm
"Lisboa 4-5-1916
Meu querido Cortes-Rodrigues:
N o lhe tenho escrito. Tenho atravessado uma enorme crise intelectual. E agora estou muito pior, com a enorme tragédia que nos aconteceu a todos.
O Sá-Carneiro suicidou-se em Paris no dia 26 de Abril.
N o tenho cabeça para lhe escrever, mas n o quero deixar de lhe comunicar isto.
Claro está que a causa do suicídio foi o temperamento dele, que fatalmente o levaria àquilo. Houve, é claro, uma série de perturbaç es que foram as causas ocasionais da tragédia.
Ele suicidou-se com estricnina. Uma morte horrorosa. Já tencionara suicidar-se três vezes em 3 de Abril a primeira.
Uma grande desgraça!
Naturalmente Orpheu publicará uma plaquette, colaborada só pelos seus colaboradores, à memória do Sá-Carneiro. Logo que você puder, portanto - quanto antes melhor - você mande-me qualquer coisa breve (o mais esmerado possível) á memória dele. N o se esqueça. O bom era se o mandasse pelo próximo vapor.
... "
Fernando Pessoa (Lisboa, Portugal, 1888-1935), escritor, crítico, dramaturgo, ensayista, traductor, editor y filósofo, fue una de las figuras literarias más importantes y complejas del siglo xx y uno de los grandes poetas en lengua portuguesa. Director y colaborador de varias revistas literarias, se ganó la vida como redactor de correspondencia extranjera para empresas comerciales, traductor y vendedor de horóscopos. Escribió en inglés (vivió en Suráfrica en sus años mozos) una parte de su obra, que se desplaza magistralmente de la vanguardia al clasicismo. Desdeñoso de la fama, propuso siempre lo que él llamó una x{0026} x0201C;estética de la abdicaciónx{0026} x0201D;, en la que incluía no sólo x{0026} x0201C;la posibilidad de bienestar materialx{0026} x0201D; sino todo el sistema de relaciones humanas, desde el amor a la amistad, convencido de que el hecho divino de existir no debe asimilarse al hecho satánico de coexistir.
|